Carlos Vieira
Abrir a porta de um carro, dar passagem a alguém, recolher um papel do chão, puxar a cadeira para
que a moça se sente. Ah! Gentilezas… Talvez eu pareça antigo ou obsoleto. Mas ainda sou dos que creem que delicadezas fazem bem à alma e à convivência humana. O mundo contemporâneo fortalece os egos inflamados e não abre espaços para delicadezas que poderiam fazer a vida menos rude e amargurada.
que a moça se sente. Ah! Gentilezas… Talvez eu pareça antigo ou obsoleto. Mas ainda sou dos que creem que delicadezas fazem bem à alma e à convivência humana. O mundo contemporâneo fortalece os egos inflamados e não abre espaços para delicadezas que poderiam fazer a vida menos rude e amargurada.
Vivemos um tempo em que sabemos o preço de tudo, mas não sabemos os valores das pessoas, o quanto diz um olhar, o quanto o abraço fortalece, o quanto pode ferir uma palavra e o quanto o silêncio pode gritar sem que seja percebido. Talvez, a gentileza contemporânea esteja em simplesmente ouvir alguém, o que também não nos impede de fazer a gentileza de abrir a porta.
Além da inversão de valores, assumimos conceitos distintos. Enquanto falta gentileza, sobra muita gente ilesa. Gente que rouba sonhos, sorrisos, histórias e permanece ilesa por aí. Políticos que roubam mais que o dinheiro público, roubam direitos. Ao invés de gentilezas, oferecem favores. E permanecem como gente ilesa que, ao invés de abrir portas, preferem puxar tapetes. Gente ilesa, vira gente que lesa.
Talvez alguns costumes que eram comuns em outros tempos devessem ser zelados: pedir a bênção aos pais, dizer “com licença”, “por favor”, obrigado”. É certo que as coisas mudam, os tempos mudam, mas sou daqueles que creem que valores precisam permanecer em gestos concretos. Podem até dizer que sou arcaico, mas já reparou que ninguém se encantaria com uma placa à beira da estrada dizendo: “temos comida feita à micro-ondas?” Mas se o aviso disser que a comida é feita em fogão à lenha a história muda. Pois é! Tentamos sair ilesos de uma vida conturbada. Mas creio que valores e gentilezas dispensem gente ilesa. Gentileza gera amor e amor é a nossa imunidade.
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